Qual imagem você quer passar?
Alguém pode pensar que em pleno século XXI, vivendo nos tempos em que mais se discute sobre a diversidade e o respeito, de que não precisaríamos tratar de estereótipos e dos preconceitos que envolvem alguns deles. Ora, numa sociedade, especialmente dentro dos ambientes mais urbanos e imersos nas tecnologias e nas redes sociais, tais questões já não estariam vencidas? Cada homem e cada mulher já não poderia ser quem é, do seu jeito, sem sofrer as chagas dos preconceitos e dos olhares estranhos dos outros indivíduos?
Facilmente se reconhece que não. Basta enxergar ao seu redor, ler o noticiário ou até mesmo dar uma olhada nos comentários de fotos de algum influenciador, que não está incluso nos padrões sociais normativo. Há décadas, séculos que a sociedade “aponta o dedo” e define alguém, suas características e até mesmo seu comportamento, por simplesmente pertencer de alguma forma a algum grupo estigmatizado, seja um grupo racial, de sexualidade, de gênero, de classe ou até mesmo por sua forma física ou o fato de ter tatuagens e/ou piercings.
Será que a arte, em especial a fotografia, pode ter seu papel em romper com tais tabus e preconceitos referentes a estereótipos, frequentemente utilizados como muletas mentais e sociais por algumas pessoas para se fecharem em seus invólucros, muitas vezes recheados de ignorância e prejulgamentos? Tem-se a ideia geral, na fotografia de retratos, que se deve buscar a perfeição do fotografado – seja pelo ângulo certo, pela iluminação, pelo ambiente, pelo figurino ou pelas poses e ações que o fotógrafo sugere. Mas será que tal perfeição existe, ou é possível? Será que fotografias “perfeitas” realmente podem versar sobre a individualidade e as características de cada sujeito, ou apenas contribuem para a manutenção da estereotipia atrasada?
É possível encontrar de forma rápida, em sites de buscas, diversos projetos fotográficos que utilizam da fotografia como instrumento de registro com o objetivo de fomentar a quebra de estereótipos. As provocações levantadas por esses projetos de forma subversiva, auxiliam na diversidade e no empoderamento de tribos, quando se tem um olhar afetivo, normalizando corpos oprimidos, julgados e criticados, buscando retratar muito mais que a aparência física. As individualidades de cada fotografado são postas como prioridade para que a interpretação da audiência ultrapasse os estereótipos e auxilie na desconstrução de preconceitos.
Considerada por muitos uma pessoa que vive à frente do seu tempo, aprendi a ser livre. Julgada constantemente pela quantidade de piercings e tatuagens, aprendi a questionar. Me fortaleci, quando me uni aos meus. Me tornei mulher quando reconheci dentro de mim a coragem de outras mulheres.
Agora, com o apoio de Cema, decidimos tirar da gaveta o projeto fotográfico Feminexistência acreditando que cada ser feminino tem dentro de si a potência para mudar seu próprio mundo.
É muito mais do que se despir de roupas, é se despir de todas as amarras que nos fizeram acreditar que tínhamos. É sobre ser resistência dentro da existência de ser. Não é sobre corpos, é sobre ser livre. Nós, eu e Cema, buscamos essa liberdade, cada uma da sua maneira, do seu jeito.
Sobre o projeto serão realizados 3 ensaios por mês, com valor colaborativo, podendo ser realizado na própria residência ou em nosso estúdio.
Para participar é só solicitar pelo direct do Instagram @senhoritasfotografia o questionário que preparamos com carinho para conhecermos um pouco mais sobre você! Até lá!