Esse talvez era para ser um texto não para este blog e, sim, para uma conversa de desabafo e reflexão com um amigo, minha mãe ou numa roda com outras mães, mas resolvi compartilhar com vocês.
Quando engravidei pela segunda vez, fiquei mega feliz. A primeira coisa que me vinha à cabeça era que a Ágata iria ganhar um amigo, um parceiro para suas aventuras, alguém para contar pro resto da vida.Passamos a gestação conversando e explicando para ela que havia um bebê dentro da barriga da mamãe. Sentíamos na obrigação de que ela no auge de seus pequenos dois anos de idade compreendesse de forma clara que ela teria um irmão. Queríamos que a chegada do Zyah fosse levada de forma mais leve para ela.
Passávamos horas e horas falando sobre isso, fazendo planos e imaginando várias coisas sobre o nosso breve futuro.
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E ela compreendia (ou ao menos parecia compreender) cada palavra, cada explicação, cada conselho.
Fizemos questão de ter um parto domiciliar para que ela estivesse presente nesse momento e pudesse compartilhar conosco desse dia tão especial. Muita gente pergunta se não foi traumático para ela (isso fica para um outro post), eu respondo sempre com essa imagem:
Os primeiros dias foram incríveis, Ágata extremamente carinhosa, participativa, amorosa, sentia um enorme prazer em falar pra todo mundo que aquele era Zyah, Zyahzinho, seu irmão.
A gente se orgulhava de todo o "trabalho" feito na gestação! Ágata havia "aceitado" aquele novo membro da nossa família. Ela tinha a demanda de uma criança de dois anos e Zyah tinha a demanda de recém nascido. Nos revezávamos para dar conta de tudo de forma leve e combinamos de não forçar a aproximação dos dois. Desejávamos que fosse algo natural e espontâneo.Com o passar dos meses, Zyah foi crescendo e começaram os problemas de irmãos. Lembro-me do dia que estava dirigindo, ambos estavam em suas respectivas cadeirinhas, e Ágata começou com suas queixas: "Mãe, ele tá olhando pra mim! Mãe, ele continua olhando pra mim! Mãe, ele está querendo pegar meu brinquedo! Mãe, ele está respirando em mim!.... Manheeeeeeeeê!"E daí caiu a minha ficha, agora sim, irmãos!
Optamos por um quarto compartilhado para que eles tivessem a oportunidade de conviver mais tempo e aprender a compartilhar. Lemos muito sobre como lidar com os conflitos, afinal, eles são inevitáveis.
Muitas vezes paramos, conversamos, explicamos. Mas, outras tantas, deixamos que eles mesmo se entendam.
Eles querem o mesmo brinquedo, o mesmo livro, o mesmo copo, a mesma escova de dente, o mesmo lugar no carro (isso vale pro lado no colo também) e por ai vai! Começa a briga, a confusão, a choradeira e as explicações. Como não enlouquecer nesse processo? Faço todos os dias essa pergunta. Se você tiver uma dica conta pra mim. Mas logo passa aqueles 5/10 minutos e lá estão eles, novamente se amando, se abraçando, interagindo pra logo mais começar novamente toda a treta!
É nesse momento que me pergunto se falhei em algum momento da "preparação" para a chegada do irmão. Mas quer saber? Pouco me importa! Não quero preocupar com falhas, medos e me encher de culpas. Tem muita loucura por aqui, fato! Mas uma coisa transborda, AMOR!
E assim, com todo esse amor, fiz a minha melhor fotografia!